sábado, 30 de outubro de 2010

Desabafo

I
Entre o Vidro e o meu Cadáver há apenas uma fina Linha,
Que Flutua no Espaço sem nada.
Ela,quando sensibilidade eu tinha,
Representava o meu enorme sentimento de Gratidão.

Em meus momentos de Insanidade,Eu via a Fada,
Querida e Cheia de Retidão.

Escuto o Som do Vento a meu Redor...
Envolve-me num Abraço de dar Pena e Admiração,
Deixa-me ainda Pior!

Não posso Continuar a cortar meu Coração?
Não posso agarrar as Patas do Açor?

II
Cheio de Saliva podre na boca descanso minha carcaça exausta...
Se ao menos eu pudesse dizer o quanto a amei e
--No fundo--
Ainda amo.

De meus passos só o que tirei foi
Dor,
Toda aquela Soberba de "eu não estou errado"
Só me sobraram as Lágrimas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Austríaco

Néctar de Hibisco desce para os
Montes do Cáucaso hipócrita...
Um mero livro de olhos azuis
E milhares de pessoas Mortas.

Da mente do Homem do Putsch
Caiu a Semente de Sangue;
Ela,cínica,
Inundou seu Esconderijo.

Vi,rindo,
Seu desespero com as Cápsulas...
Terminadas em "ETO".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sereno

Alvo Beijo tilinta no Platô de Dante,
-Falésia Bruta e errante-
Lambido pelo Mar dos Mortos de Outrora,
Cuja efemeridade cora.

Fios de fogo Dançam para me agitar a Fronte
-Que serve para mim como para o Mundo Ponte-...
Moça doce exala o Perfume de Afrodite,
Tal qual Érebo;minha felicidade Assiste...

O Escuro envolve-me sereno e calmo.
Com sua Lira tenta incendiar minha Alma,ainda a Salvo...
Cada Gota berra ao Cair no Chão,
Elas só querem,inutilmente,
Lavar meu Necrótico Coração...
Aliviado até então!