quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DCCLX

ACORDEI depois de vinte anos.Meus pés estão rasos com a indecência da Saudade.Dalí brota a Inexorável loucura.Já,nos sonhos,bebi o Vinho de Virgílio-Dante...
Sem me mexer pude perceber o porquê do Sono:Vaidade...
Guardo-a em meu peito tal qual um coração,bomba esta que esqueci no Fundo do Lago de Érebo.
Mesmo com incontáveis azeviches,parece que poltergeists perseguem-me em todos os lugares que vou.
Quem dera eu ACORDASSE...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Estátua

Quando olho o Mar,
Lembro o quão cruel pode ser o Homem,
Indiferente ao Ódio dos Vermes que O consomem...
Quando olho o Mar.

Quando olho o Mar,
Grito aos Quatro Ventos:
"Não podeis descer logo?Arranca-nos daqui,teus rebentos"...
Quando choro o Mar.

Quando fito o Mar
Descubro minha Essência
Afogada em minhas próprias lágrimas.






quarta-feira, 17 de novembro de 2010




Alta montanha estende-se por sobre o Sol dos Loucos,
Sombreia a Orbe dos Esperançosos...
Deixa o Destino Solto,
Lambusa os Esquecidos Ossos.


Sem a proteção Dele és apenas uma Comum,
Fadada também a obedecer os Desígnios do Trino-Um.

sábado, 30 de outubro de 2010

Desabafo

I
Entre o Vidro e o meu Cadáver há apenas uma fina Linha,
Que Flutua no Espaço sem nada.
Ela,quando sensibilidade eu tinha,
Representava o meu enorme sentimento de Gratidão.

Em meus momentos de Insanidade,Eu via a Fada,
Querida e Cheia de Retidão.

Escuto o Som do Vento a meu Redor...
Envolve-me num Abraço de dar Pena e Admiração,
Deixa-me ainda Pior!

Não posso Continuar a cortar meu Coração?
Não posso agarrar as Patas do Açor?

II
Cheio de Saliva podre na boca descanso minha carcaça exausta...
Se ao menos eu pudesse dizer o quanto a amei e
--No fundo--
Ainda amo.

De meus passos só o que tirei foi
Dor,
Toda aquela Soberba de "eu não estou errado"
Só me sobraram as Lágrimas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Austríaco

Néctar de Hibisco desce para os
Montes do Cáucaso hipócrita...
Um mero livro de olhos azuis
E milhares de pessoas Mortas.

Da mente do Homem do Putsch
Caiu a Semente de Sangue;
Ela,cínica,
Inundou seu Esconderijo.

Vi,rindo,
Seu desespero com as Cápsulas...
Terminadas em "ETO".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sereno

Alvo Beijo tilinta no Platô de Dante,
-Falésia Bruta e errante-
Lambido pelo Mar dos Mortos de Outrora,
Cuja efemeridade cora.

Fios de fogo Dançam para me agitar a Fronte
-Que serve para mim como para o Mundo Ponte-...
Moça doce exala o Perfume de Afrodite,
Tal qual Érebo;minha felicidade Assiste...

O Escuro envolve-me sereno e calmo.
Com sua Lira tenta incendiar minha Alma,ainda a Salvo...
Cada Gota berra ao Cair no Chão,
Elas só querem,inutilmente,
Lavar meu Necrótico Coração...
Aliviado até então!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Asas

Uma Orbe Tange o Lençol de Cera Celeste...
Sob o Sol, um Anjo desce pelos Cabelos de Pazuzu...
Luta e espera pelo Beijo do Leste.

Saraivadas de Gelo lambem o Ar inerte,
Brilhantes como fogo.
Querem que o Sereno seus Cernes Aperte,
Tal qual a Virgem como o Lobo.

Oboés e Metais Gritam e Gemem no Frigidíssimo Vazio,
Sem calor ou Som.
Os Alados engalfinham-se,com Brio
Enquanto os Chifres descem um Semitom.

Gravados no sangue dos Santos está a Efígie do Inominável...
Sevo Monarca De Vidro Fosco.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Passos errantes nas Pálpebras de Marcos;
Corriqueiros e Insones...
Sob Ogivais Arcos,
Este Louco tem de Sono Fome!


Crucifixos de marfim brilhante e seco percorrem Sua Mente...
Sonhos,não vêm...
Só espectros quase formados por uma mente em Dagda Crente...


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Suspiro de um Dichter

Fontes Rubras crescem ao meu redor
D'Almas existe um pouco de líquido a derramar ainda,
Sei,podia ser Pior.

Muralhas de Vidro dançam um eterno penar sob o Beijo Fino,
Berrando que não podem mais me segurar...
Crendo,debruço-me sobre as partituras de meu amado violino.
Salivo a Culpa,grito meu choro e enxugo as lágrimas termais,
Então, do Beijo Ausente, arranco os Violáceos Sais.

Sereno,meu Cão olha-me arrastar o arco nas notas de Quatrocentto,
Largando no Éter um querido Vento
(Zéfiro torna-me Bento).

sábado, 23 de janeiro de 2010


Cedo demarrei o Pranto,
Juntamente com o Aguda nota Da Soprano-Canto.